Tomando decisões…

Na vida temos muitas incertezas, é difícil tomar decisões que podem mudar nossas vidas, num caminho de ida e sem volta. As vezes, deixamos que outros tomem as decisões por nós, mas muitas vezes a solução não nos agrada.

 
É preciso ter clareza daquilo que se quer e o quanto isso vai impactar em nossas vidas, e saber pagar o preço. Toda decisão pode dar certo ou não, e temos que enfrentar as consequências.

 
Mas tem algo bom em tentar acertar, é que quando se erra, sabemos o que não deu certo, e o que podemos fazer para melhorar. É essa minha esperança… fazer melhor na próxima vez.

Se você sabe o que quer, então é hora de perseguir o seu objetivo, jogar todas as cartas. Esperar em Deus é fazer a sua parte, e naquilo que você não pode fazer nada, pedir que ele intervenha. E ele segundo sua graça e misericórdia fará o que achar melhor para nós, dentro da sua soberania.

Vejo meus filhos, e o quanto tenho um olhar gentil para com  eles, e o quanto queria que seus sorrisos fossem frequentes e que eu pudesse ajudá-los em tudo. Se nós que somos maus, pensamos assim, imagina Deus que é bom. Acredito que ele tem um olhar bem mais benevolente para conosco.

Fiquem com Deus

Noé, existiu?

Assisti esses dias um documentário na Discovery Channel sobre Noé. Primeiro eles questionaram a narrativa bíblica, falaram que era fantasiosa e inverossímel. Aos poucos, foram falando de outras narrativas que falavam de dilúvio, dentre elas a dos Sumérios. O mito de Gilgamesh trás uma narrativa de um dilúvio que durou 7 dias, o de Noé foram 40 dias e 40 noites.

Eles argumentavam que a narrativa bíblica do dilúvio foi inspirada no mito Sumério, já que foram eles que escreveram primeiro sobre o assunto. Disseram que os escritos sumérios foram passados de escribas a escribas até chegarem aos sacerdotes israelitas. Olha, eu estudei numa faculdade que ensina a gente a ter pensamento acadêmico, assisti aulas de especialistas em histórias bíblicas e do povo de Israel e essa suposição não tem nada de científica e é pouco plausível com a história de Israel.

Vamos aos argumentos: Primeiro lugar, eles tratam a bíblia como um livro único, escrito por um grupo de pessoas que estavam próximas e com os mesmos princípios. Na verdade, a bíblia é uma coleção de livros que foi escrita durante séculos por autores distintos. Protestantes alemães foram os primeiros a fazerem análise literária da bíblia e eles investigam que no mesmo livro havia características de escrita diferentes, imagine na bíblia toda.

Outra coisa, os sumérios podem ter sido os primeiros a registrarem através da escrita, já que foram o primeiro povo que a desenvolveu, mas não invalida histórias de outros povos só porque esses não escreveram suas histórias. Os hebreus, como eram primeiramente conhecidos os israelitas, tinham uma tradição oral. Suas histórias eram passadas de pais pra filhos, de boca em boca. Moisés foi o que escreveu toda a tradição judaica, mas tem por exemplo o livro de Jó que é anteiror ao pentatuco (5 primeiros livros da bíblia).

Já vi gente na internet acusando os israelitas de plágio por contarem história semelhante a dos sumérios. As pessoas leram muito Código da Vinci e acham que tudo é teoria da conspiração, que no mundo antigo, com povos que falavam línguas diferentes e viviam distantes uns dos outros, é fácil difundir uma ideologia ou religião.

No documentário Noé seria um comerciante que devia a seu pares e que fugia de sua cidade por não poder honrar suas dívidas. Abasteceu o barco com suprimentos e animais e foi surpreendido por uma tempestade de proporções catostróficas. Tendo sido arrastado até o mar. Não tenho nada contra a narrativa suméria, mas reduzir Noé que durante décadas pregou sobre o dilúvio, a um comerciante endividado, acho muito ofensivo e sem base científica nenhuma. Não há padrão para justificar que a história de um povo pode atravessar quilômetros de distância e todas as barreira culturais, como língua e religião e ser incorporada por outra cultura.

Outra coisa, a classe sacerdotal foi instituída depois de Moisés, e as histórias sobre dilúvio são bem mais antigas. Já faziam parte da tradição do povo judeu. Não havia classe religiosa dominante que pudesse incutir uma idéia ao povo. A idéia já estava lá, já fazia parte da cultura daquele povo, que era extremamente zeloso por suas tradições e cultura.

Para finalizar, temos o relato do dilúvio entre os gregos e romanos e até entre os maias, povo que viveu na américa antes da colonização européia. Agora quem trouxe essa história para os Maias, os padres católicos, como? Se eles não tiveram contato com a cultura européia antes do descobrimento da América. As pessoas querem desmerecer a bíblia para não terem que acreditar nela, promovem o auto-engano, só que no dia do juízo não haverá desculpa para elas. Pois será dito que eles tiveram a lei e os profetas, ou seja, toda a palavra escrita para testemunhar sobre Deus está aí, quem quiser aceitá-la será salvo, quem negá-la, estará em condenação.

A burguesia quer ficar rica… mas se os ricos não entram no céu… como fica, então?

É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus. (Mt 19:24)

O termo burguês foi cunhado na Idade Média, no século XII a partir do surgimento de uma camada social que surgiu com o renascimento comercial e urbano. Eram homens que se dedicavam ao comércio e acumulavam bens. Durante toda Idade Média até o período industrial foram ganhando espaço na sociedade.

É bom lembrar que na época de Cristo não havia definição dessa classe. Havia sim, pequenos comerciantes, mas nada como foi visto na Idade Média com a expansão comercial. Quando Jesus fala: “que é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus”. Ele está falando de pessoas com muitos bens, como aquele rapaz religioso que perguntou a Jesus o que mais tinha que fazer, já que guardava todos os mandamentos. E Jesus disse, “vende tudo que tens.” E ele saiu triste, pois era homem de muitas posses. Essa era a definição de homem rico.

Em contraponto ao que Jesus disse, temos exemplos de pessoas na bíblia que ajuntaram muitos bens. Jó foi um deles. Abraão e seu sobrinho tiveram que se separar, pois ambos tinham muitos rebanhos. Davi e seu filho Salomão gozaram de excelente condição, construíram um palácio real e o templo de Deus. O que pensar então?

No exemplo do jovem rico, alguns tradutores entendem que fundo da agulha ou buraco da agulha era uma passagem de mercadores em Jerusalém pequena e estreita, que exigia dos seus transeuntes que se abaixassem e muitas vezes tirassem a  carga de cima do camelo. Isso nos sugere que o grande problema do dinheiro, é o amor a ele. Já que nesse exemplo, é preciso ter desapego e colocá-lo de lado quando necessário. É preciso ter desprendimento.

O problema é que estamos acostumados com os benefícios que o dinheiro trás. Nos sentimos seguros e achamos que não precisam de mais nada e de ninguém. E é essa sensação de conforto que temos nos dias de hoje, devido ao emburguesamento de nossa sociedade. Que nos faz presunçosos e arrogantes. Abrimos facilmente mão da amizade das pessoas e nos isolamos numa bolha, por nos acharmos auto-suficiente.

Assim, se o dinheiro nos afasta das pessoas, ele nos afasta de Deus também. Pois dependemos menos dele e nossa fé vai se minguando. Deixamos de compartilhar para ajuntar. Pensamos no individual em vez de pensar no coletivo. Agimos como crianças mimadas que acham que tem que ter tudo a mão na hora que quer. E ainda por cima passamos a desprezar as coisas que temos, numa atitude “blasé”, ou seja, entediada e sem interesse.

Se dispuser do dinheiro com responsabilidade, não sendo servos dele e sim de Cristo. Se usarmos ele de acordo com nossa necessidade e dos que estão conosco. Se não quisermos ter as coisas para aparecer ou ser maior que o próximo, mas sim, fizermos o contrário, usarmos os bens para abençoar nosso irmão. Tem um conceito no judaísmo que diz que ser próspero está relacionado o quanto você contribui para o bem estar social de sua comunidade. Então, sejamos prósperos em boas ações e ajuntemos assim tesouro no céu, onde a traça e a ferrugem não o consomem e nem o ladrão poderá roubá-lo.

Comendo à Mesa do Rei

Muitos conhecem a história de Daniel e seus colegas na Babilônia. Eles eram príncipes de Israel e como tal, eram convidados a comer a mesa do rei. Mesmo em uma situação difícil, a do exílio, esses jovens contavam com alguns privilégios. Além de comer da mesa do rei, eles eram representantes dele junto aos judeus, eram como administradores (na bíblia aparece sátapras).

Essa situação de privilégio não levou Daniel a se envaidecer e pensar em seus próprios interesses. Pelo contrário, ele foi bastante atuante. Primeira situação foi a da alimentação. Daniel não queria comer das carnes sacrificadas aos ídolos. E pediu ao cozinheiro que o deixasse comer verduras, e prometeu que não emagreceria se assim o fizesse, para não prejudicar o cozinheiro. E assim se sucedeu.

Outra situação foi sobre seu proceder íntegro na administração dos negócios do rei, o que o levou a ser acusado de insubordinação a uma lei promulgada pelo rei Nabucodossor, mas que contrariava a lei de Deus. Daniel optou por cumprir a lei de Deus e foi condenado a cova dos Leões, da qual, o Rei do reis, o livrou das feras famintas.

Nos dias de hoje, muitos de nós comemos a mesa do rei. Usufruímos dos privilégios que esse mundo oferece. Muitos tem bom emprego, boa formação e especialização profissional, como príncipes se fartam das gorduras do mundo, adquirem bens móveis e imóveis e sua fé não é condenada por isso.Mas será que não existem situações que temos que trair nossos princípios para continuar usufruindo de tudo isso?

No ambiente de trabalho somos levados a mentir, tirar proveito de uma situação ou de alguém, às vezes, somos presunçosos, arrogantes e tentamos contornar a lei dos homens, sem a justificativa de defender a lei de Deus. Seguindo apenas a lei: se é bom pra mim, o que mais me importa?

Gostaria que Daniel fosse nossa referência, pois não se curvou a seus opositores e fez a vontade de Deus. E pedir que nós repensemos nossas atitudes a luz da palavra de Deus, pensando sempre em fazer o que é reto e justo. Assim, se sentarmos a mesa do rei, não nos contaminemos com as coisas deste mundo, assumamos nossa posição de peregrino, de estrangeiro nessa terra. Não nos acomodemos com esse século, mas façamos a diferença pela renovação da nossa mente.

Cristão Novo X Judeu Novo

Este post exige um pouco de conhecimento histórico. Para aqueles que não conhecem bem a história dos judeus vou fazer um pre-âmbulo.

Após a diáspora, que foi a dispersão dos judeus de Jerusalém nas décadas que se seguiram após a morte de Cristo. Os judeus peregrinaram pela Terra formando comunidades em vários lugares. Na Europa, tivemos 2 grupos, os sefarditas e os asquenazitas. O primeiro situou-se na península ibérica (Portugal e Espanha), o segundo na leste europeu e Alemanha.

Com a Inquisição Católica, os judeus que habitavam Portugal e Espanha foram perseguidos, foram mortos, convertidos a força ao cristianismo ou migraram para a América. O Brasil recebeu muitos judeus que migraram de Portugal, o judeu, Fernando de Noronha, foi um dos que proporcionaram esse evento. Há relatos de mais de 70% da população brasileira no período colonial era de descendentes de judeus. Foram 5 séculos de migrações e muitos brasileiros tem em sua origem uma ascendência judaica.

O termo, Cristão Novo, é para designar o judeu convertido ao cristianismo, à força e para evitar persiguições. De qualquer forma, o termo “cristão novo” gerava distinção entre católicos tradicionais e judeus convertidos. Demorou alguns séculos para essa distinção desaparecer. No Estado de Pernambuco, no litoral e interior, existem várias marcas da cultura judaica. Alguns estudiosos afirmam que dar “água pro santo” é uma referência a Elias, profeta hebreu. Outra expressão curiosa é “tomar banho no sábado”, sabendo que o sábado é o dia de descanso e consagração para os judeus.

Assim, a história brasileira trás em sua formação uma origem judaica, embora diluída com a de outros povos e etnias. Existem movimentos que tentam resgatar nos brasileiros a valorização de sua ascendência judaica e aproximá-los dessa tradição. A ABRADJIN é um desses grupos ( http://www.anussim.org.br/ ), e outro movimento é  (http://www.ensinandodesiao.org.br).

Mas o que são esses grupos? São Judeus, são cristãos com tradições judaicas, são judeus com ideais cristãos? Existem grupos de judeus messiânicos. Esses grupos em geral praticam a lei e a tradição judaica e incorporam ensinamentos do novo testamento. Alguns impõem a cincuncisão aos convertidos e outros aceitam que não judeus não precisam seguir todas as diretrizes da lei, dentre elas a circuncisão. Há muitos grupos e divergem em alguns aspectos, mas em geral aceitam Yeshua (Jesus) como messias que veio trazer salvação aos judeus e não judeus. Muitos evangélicos tem aderido a esses movimentos que os aceitam bem, desde que se adequem a sua filosofia, uns exigem um novo batismo ( http://israelitas.com.br/home/index.php ), outros não.

O cristão brasileiro deve incorporar práticas religiosas judaicas? Lembrar festas e cerimoniais judaicos? Se tomarmos o início da igreja veremos que algumas práticas foram seguidas por Jesus e os discípulos, afinal, eles eram judeus. A páscoa dos judeus foi celerada pelos discípulos, Paulo fez um voto raspando a cabeça, uma viúva pobre ofertou ao templo. São inúmeras as passagens onde os rituais judeus são citados. Mas quando a igreja incorpora os gentios, passa-se a ter um problema: levar ou não os costumes judaicos aos não judeus? Essa contenda surgiu na época de Pedro e Paulo, e em reunião definiram o que fazer. Em atos dos apóstolos, capítulo XV, versículo 28 e 29, está escrito assim:

  1. Pois pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior peso além destas coisas necessárias:
  2. que vos abstenhais de coisas sacrificadas aos ídolos, de sangue, de animais sufocados e de fornicação; destas coisas fareis bem de vos guardar. Saúde.

Assim, se alguém não se considera judeu, e quer seguir a Jesus, o faça na simplicidade que o Espírito Santo designou através dos apóstolos e presbíteros. Que evitem as coisas acima citadas e deduzam toda instrução dos 2 principais mandamentos: Amai a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

Quem fizer isso, achará o favor diante de Deus e estará seguindo os passos de Jesus, ou Yeshua, para os judeus. O que fizermos além disso, é para suscitar vaidade por nossa origem, no que diz respeito a etnia, religião e cultura. E para aqueles que se acham especiais só porque descendem de Abraão, Jesus diz: “Deus pode levantar descendentes de Abraão dessas pedras.” Então, você que se julga uma pedra preciosa, não passa de um cascalho. Pois é Deus que torna o carvão em diamante.

Teologia do Choro

Ao longo da vida você vai descobrindo que o choro, assim como a morte, nos nivela, nos iguala, nos coloca debaixo da mesma situação. O choro é democrático. Choramos quando percebemos que não temos resposta, que não temos saída. Choramos quando temos medo, ou quando estamos com raiva, ou tristes ou quando alguma coisa não saiu conforme o esperado. Choramos quando nos sentimos impotentes diante de uma situação. Quando percebemos que as circunstâncias estão fora do nosso controle, que não temos força para reverter o quadro. É quase um ato de entrega. É o reconhecimento da nossa limitação, na nossa pequenez, da nossa vocação para poeira. A gente veio do pó. Choramos porque somos humanos, porque somos normais. Descobri que podemos chorar até mesmo sem derramar lágrimas. Teve um salmista que chorou tanto que suas lágrimas secaram. Não caíam mais. Seu coração continuava partido, ele se achava confuso, ainda não sabia o que fazer e nem chorar mais conseguia. Davi, acuado, perseguido e fugindo de Saul, disse uma coisa fantástica no Salmo 56:“Contaste os meus passos, quando me perseguiram; guardaste as minhas lágrimas no teu odre: não estão elas no teu livro?” Uau! Quer dizer que o Deus dos céus, com tudo o que tem para fazer e com que se preocupar todo dia, pára o que está fazendo quando eu choro, e manda que recolham os pingos que caem dos meus olhos, recolhe na sua vasilha e anota no seu livro? É linguagem poética, eu sei. Mas que linguagem! Além disso, ele conta os meus passos. Ora, para alguém contar os meus passos, ele precisa estar comigo. Tem que estar próximo, tem que acompanhar. Há alguém aí que conhece e crê num Deus assim? Isso nos remete à oração de Habacuque: “Ainda que a figueira não floresça, que a vide não dê o seu fruto, ainda que o produto da oliveira minta e os campos não produzam mantimento; ainda que o rebanho não… ainda que o curral não… ainda que a bolsa de valores não… ainda que o emprego não… ainda que os irmãos não… ainda que a igreja não… ainda que meus sonhos não… ainda que minha saúde não… ainda que meus pais não… ainda que minha esposa não… ainda que meus filhos não… ainda que o faturamento não…, TODAVIA eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação”. Não importa se a vida nos pregou algumas peças. Não importam as decepções e angústias. Não importa o que nossos velhos amigos fazem, fizeram ou farão. Não interessa se expectativas se frustraram. Não importa o que dizem os jornais, nem o noticiário da TV. Não importa o que as pessoas dizem de nós. Eu posso ter certeza de que após os mais sombrios e pessimistas “AINDA QUE” sempre haverá um glorioso e retumbante “TODAVIA”. Outra vez citando Davi: “Ao anoitecer pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã”. Desde que Deus criou os luzeiros, o sol nasce e o sol se põe e depois nasce de novo. Sempre há um novo dia. E nada como um dia depois do outro. É no novo dia que Deus traz à luz os seus “TODAVIAS”, com todo o poder que eles têm de nos dar alento e nos manter de pé.

Texto extraído do blog http://achandograca.com.br/

Igreja em células

Tem se espalhado por aí as igrejas em células. Primeiro gostaria de destacar que a palavra célula significa “cela”. Isso mesmo, cadeia ou prisão.

As igrejas em céluas tentam recuperar uma forma simples de organização que a igreja primitiva tinha. As pessoas se reuniam em casas, e igreja significa o ajuntamento de pessoas que tinham Cristo como salvador. Boa iniciativa, mas o que se tem visto é um sistema chamado G12 transformando uma organização simples, em algo bem mais complexo. O G12 formam grupos residenciais e quando esse grupo chega a 12 membros ele se divide em grupos menores, que crescem e se dividem consecutivamente.

Nada contra o princípio de se multiplicar, mas geralmente esse sistema do G12 está associado a teologia da prosperidade e é uma forma de difundir a mesma. Uma forma barata, já que não se paga aluguel e através de um sistema de discipulado, consegue-se manter a união dos muitos grupos. Não passa de um sistema de manipulação e controle de pessoas que abandonam seu livre pensar e se fecham a uma ideologia megalomaníaca e totalitarista. Mandam e desmandam na vida das pessoas e se dizem autorizadas por Cristo.

Não recrimino reuniões em casa, não recrimino discipulado, desde que esteja alijado dessa ideologia dominante e castrante que se denomina teologia da prosperidade, que tem contaminado nossas igrejas. E além do mais, essa coisa de célula já tinha com o Paul Young Shoo na década de 90, hoje acrescentaram umas coisas a mais e dissem que é revelação, pra mim, é novidatismo gospel, onda pra levar cristãos desatentos.

Graça e paz

O que pensar sobre…

Eleição:

Deus sabe tudo, mas você não. Só ele sabe os que serão salvos. Então não adianta achar que você por algum motivo mereceu ser chamado ao evangelho. Salvação é um dom gratuíto de Deus, manifesto em Cristo Jesus.

Prosperidade:

Paulo fala que podemos nos orgulhar do fruto do nosso trabalho. Então, se você trabalha, economiza e consegue comprar alguma coisa pra você, que bom. Agora, achar que vai chover dinheiro na sua conta, porque você deu uma oferta ou outra coisa qualquer, esqueça. Trabalhe e use o seu dinheiro para o bem dos seus, e sempre que possível ajude o próximo.

Unção:

A unção que aquele que crê em Jesus recebe é a presença do Espírito Santo, juntamente com os dons espirituais. Essa invencionisse de unção disso e daquilo, é coisa pra menino, que fica correndo atrás do vento. Concentre naquilo que é importante, abençoe seu irmão e espere em Deus. E pára de achar que as coisas vão cair do céu, só porque você se diz filho de Deus.

Autoridade:

O nome de Jesus está sobre todo nome. Ser apadrinhado por outro não garante nada. Somos salvos, justificados e amparados por Jesus e consolado pelo Espírito Santo. Ninguém é responsável por nós, só a autoridade de Jesus nos garante a vitória sobre o inimigo.

Graça

É a forma que Deus encontrou de receber pessoas que de outra forma não teriam a menor chance de serem salvas. Isso, inclui eu, você e toda a humanidade. O pecado entrou no mundo por Adão e a salvação é por Cristo. Ninguém merece ser salvo. Temos que aceitar e ser eternamente gratos a Deus, que nos chamou por seu infinito amor.

Vassalagem gospel

Hoje temos ouvido muito sobre proteção. Sobre estar amparado por alguma autoridade. Num mundo violento nada mais normal do que querer estar protegido. Era assim na Idade Média. Alguns se colocavam a disposição de outros em troca de proteção. Hoje em dia, temos a tal proteção espiritual. Algum tipo de protetorado, onde alguém mais experiente e espiritual, oferece proteção alguém menos experiente. É autoridade apostólica, episcopal, pastoral ou seja mais lá o que.

O princípio é que estamos numa guerra e precisamos nos proteger um ao outro dentro de uma hierarquia. É uma idéia interessante, mas não me parece que seja um padrão biblíco. Vão dizer que os profetas tinham seus discípulos, sim eles tinham. Eliseu é um caso clássico, foi discípulo de Elias, e recebeu o que pediu… porção dobrada do estírito de Elias. Só que nem todos os profetas são designados por outros profetas. Quem designa e passa a autoridade ou responsabilidade é Deus através do Espírito Santo. Foram muitos profetas que não eram descendentes de Arão, nem levitas. Davi é um caso interessante, não era sacerdote, mas sacrificou ao Altíssimo, não era levita, mas serviu nos cerimoniais e nos cânticos. E em um de seus salmos profetiza sobre Jesus: disse o Senhor ao meu Senhor. Sem falar de Melquisedeque que foi sacerdote do Altíssimo bem antes de Arão, e Abraão lhe pagou o dízimo. Jesus fala ainda que ele proprio é sacerdote segundo a ordem de Melquizedeque, uma ordem instituída pelo próprio Deus.

Assim sendo, devemos estar sobre a proteção espiritual de Deus, através de seu filho Jesus. Pessoas que nos querem bem e que oram por nós e nos acompanham em nossa caminhada são bem vindos. Sua autoridade está naquilo para o que Deus a chamou: se profecia, ensino, consolação, etc.. Não precisamos ter feudos religiosos, ou “apadrinhamento” espiritual. Oremos uns pelos outros com singeleza de coração e deixemos de lado esse feudalismo gospel onde um manda e outros abaixam a cabeça.

Honrar… o que significa

Quando Hagar, serva de Sarah, estava grávida de Abraão, olhou para Sarah e pensou consigo mesma…”ela esta leve diante dos meus olhos.”. O que isso quer dizer? Hagar carregava um filho de Abraão, uma honra pra ela. Nesse caso, um peso que ela tinha que levar, por isso o fato de Sarah estar leve diante dos seus olhos. Levar um peso por outra pessoa, tem o mesmo sentido de honrar, de fazer algo pelo outro. Assim, honrar os pais, como dias nos dez mandamentos, quer dizer que temos que suportá-los, temos que ajudá-los quando precisarem de apoio. Por isso, Jesus  recriminou os judeus da época, que combinavam com os sacerdotes que certo bem ou animal estava prometido ao Senhor, para evitar de terem que dar tal bem ou animal em auxílio aos pais. Jesus recrimina os mesmos dizendo que estão desobedecendo um mandamento maior em detrimento de outro menor.

Quando nos evangelhos se diz para suportar uns aos outros, podemos deduzir que o mesmo princípio está sendo empregado. Devemos carregar os pesos uns dos outros. Temos vistos muitos irmãos pedindo ajuda pra Deus pra enfrentar algum problema, mas não se oferecem para ajudar outro que esteja passando por alguma situação que ele possa ajudar. Aprender a suportar os irmãos é honrar os mesmos e se não honramos aqueles que vemos, como honraremos aquele que não vemos, que é Deus? Honrar não é paparicar, é fazer algo por outrem.

Graça e paz.